Luis Buñuel, em 1929, com a colaboração, no roteiro de Salvador Dalí e em consequência a um orçamento de 25 000 pesetas que trouxe a mãe de Luis Buñuel. Foi lançado no dia 6 de junho de 1929, no cinema Studio des Ursulines de Paris (França). Posteriormente, foi exposto durante 9 meses ininterruptamente no Studio vinte e oito da mesma cidade.

O tiroteio durou quinze dias. Segundo diz Buñuel pra Colina e Pérez Turrent, Um cão andaluz nasceu da confluência de dois sonhos. Dalí descreveu que sonhou com formigas que pululam em suas mãos e Buñuel sonhou com uma lâmina de faca que cortava a lua. Um cão andaluz é considerado o video mais essencial do cinema surrealista.

Transgredindo os esquemas narrativos canônicos, o filme pretende promover um encontro moral no espectador através da agressão da imagem. Remete periodicamente ao delírio e o sonho, em tal grau nas imagens produzidas como no emprego de um tempo não-linear das sequências. O nome de Um cão andaluz foi escolhido porque não guardava cada ligação com os tópicos do filme. É perigoso debruçar-se pro interior, como investimento do aviso que tinham os trens franceses: C’est dangereux de se pencher au dehors (‘É nocivo debruçar-se pro exterior’). Em 1924, o jovem Luis Buñuel deixou a Residência de Estudantes, em que havia passado os últimos sete anos e, com o apoio econômico de sua mãe, aí ele foi pra Paris. Uma vez lá, ele se juntou ao movimento surrealista.

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O visionamento Das 3 luzes, dirigido por Fritz Lang, lhe orientou-se absolutamente pro mundo do cinema. Durante os anos seguintes, Buñuel se formou cinematográficamente por intervenção de duas atividades paralelas. Por um lado, trabalhou como assistente de Jean Epstein em Les Aventures de Robert Macaire, Mauprat e A queda da casa de Usher, e com Jacques Feyder em Carmen.

Por outro, escreveu a respeito pela Gazeta Literária e de Les Cahiers d’art, além de divulgar muitos textos sobre perguntas técnicas e de escrever algumas tentativas de roteiros. Os videos que mais o influenciaram foram Ganância, de Erich von Stroheim; Metropolis, de Fritz Lang, e A paixão de Joana d’arc, de Carl Theodor Dreyer. Também nessa data que conheceu Jeanne Rucar, que seria tua companheira por toda a existência. O filme começa com o rótulo “Era uma vez”. Um homem (Luis Buñuel, como ator) aponta uma navalha de barbear no tempo em que observa, debruçado pela varanda, como um afiado nuvem curta a lua.

Do mesmo jeito, ele seciona o olho pra uma mulher. Novo intertítulo: “Oito anos depois”. Um ciclista (Pierre Batcheff) pedales por uma rua deserta. A jovem de antes, que estava vendo, sente algo e se levanta, puxando o livro no chão, que fica bem aberto numa reprodução Da seção, de Vermeer. O ciclista pára e cai batendo a cabeça bruscamente contra o canto da calçada.